A PROPOSTA DE UMA FORMA-DE-VIDA ANÁRQUICA NA OBRA DE GIORGIO AGAMBEN: USO INOPEROSO E NÃO CONSTITUINTE DO PODER - 10.12818/P.0304-2340.2017v71p47
Resumo
Buscou-se no presente artigo analisar a proposta de potência (ou poder) destituinte de Giorgio Agamben como alternativa filosófica e política. Para tanto, procurou-se inicialmente esclarecer questões fundamentais que perpassam a obra do filósofo italiano, tais como a crítica à dualidade ato/potência, a potência-de-não e a estrutura da arqué, situando-as na proposta de uma potência destituinte. Em um segundo momento, contrapôs-se essa potência à noção de poder constituinte de Antonio Negri, com o intuito de apontar diferenças e possíveis diálogos entre os autores. Da pesquisa foi possível concluir que a potência destituinte de Agamben é incompatível com a figura da instituição, diferentemente da ideia de poder constituinte de Negri. Ainda, tal potência, longe de constituir uma nova arqué ou uma anarqué, consiste em um uso do poder, o qual se dá por meio de uma forma-de-vida.