OS MOVIMENTOS TERRORISTAS COMO ATORES NÃO ESTATAIS E O EXERCÍCIO DO PODER SIMBÓLICO | DOI: 10.12818/P.0304-2340.2018v72p293
Abstract
O presente trabalho busca traçar os principais contornos do cenário global, dando enfoqueà formação da sociedade internacional contemporânea e ao surgimento de novos atores,
em especial os emergentes, como a mídia, o terrorismo, os movimentos sociais e a opinião
pública, os quais vêm apresentando uma evolução expressiva, conquistando espaços, poderes
e mais visibilidade. Objetiva-se, ainda, pontuar as principais características dos movimentos
terroristas atuais, o percurso histórico, as discussões conceituais, as mudanças ocorridas em
seu formato, sua estrutura e respectiva atuação, cada vez mais eficiente em razão da expressiva e crescente publicidade concedida aos acontecimentos violentos. Por fim, pretende-se analisar o papel da influência midiática e do poder simbólico envolvido, almejando investigar e confirmar a hipótese de que a mídia tornou-se um instrumento de difusão simbólica do poder dos movimentos terroristas, primordial para a atuação de tais grupos e também para os que declararam o combate ao terrorismo. A pesquisa é teórica com base em livros e artigos científicos, e segue método dedutivo e qualitativo. O foco é aprofundar as questões envolvidas nas complexas relações destacadas e construir caminhos para um debate mais crítico, que seja capaz de lançar mais luz sobre a problemática central, a qual não pode desconsiderar a dinâmica da sociedade atual, os principais desafios e interesses em jogo, e, o mais importante: a procura por respostas que passem por menos destruição e mitigação de direitos.
Literaturhinweise
ARENAL, Celestino del. Introducción de las relaciones internacionales. Madrid: Tecnos, 1994.
ARQUILLA, John; RONFELDT, David (Orgs.). Redes y guerras em red: el futuro del terrorismo, el crime organizado y elactivism político. Madrid: Alianza Editorial, 2003.
BARBÉ, Esther. Relaciones internacionales. Madrid: Tecnos, 1995.
BARBER, Benjamin R. O império do medo. Trad. Renato Bittencourt. Rio de Janeiro: Record, 2005.
BARROS FILHO, Clóvis de et al. Teorias da comunicação em jornalismo: reflexões sobre a mídia. São Paulo: Saraiva, 2010.
BAUDRILLARD, Jean. A violência do mundial. In: MORIN, Edgar; BAUDRILLARD, Jean. A violência do mundo. Trad. Ana Paula de Viveiros. Lisboa: Piaget, 2007.
BAUMAN, Zigmunt. Medo líquido. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BECK, Ulrich; GIDDENS, Anthony; LASH, Scott. Modernização reflexiva: política, tradução e estética na ordem social moderna. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Ed. UNESP, 1997.
BEDIN, Gilmar Antonio. A sociedade internacional e o século XXI: em busca da construção de uma ordem mundial justa e solidária. Ijuí: UNIJUÍ, 2001.
BOURDIEU, Pierre. Language and symbolic power. Edited and introduced by John B. Thompson. Translated by Gino Raymond and Matthew Adamson. Oxford: Polity Press, 1991.
BUDÓ, Maria de Nardin. Crime e mídia: para uma revisão teórica. In: OLIVEIRA, Rafael Santos de; BUDÓ, Marília de Nardin (orgs.). Mídias e direitos da sociedade em rede. Ijuí: Editora Unijuí, 2014. p. 97-124.
CARDOSO, Tatiana de Almeida Freitas R. A mundialização do terrorismo: a (re) definição do fenômeno após o 11 de setembro. In: AMARAL, Augusto Jobim do et al. Direitos humanos e terrorismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014. p. 127-154.
CASTAÑARES, Juan Carlos Pereira. El estudio de la sociedad internacional contemporánea. In: PEREIRA, Juan Carlos (Coord.). História de las relaciones internacionales contemporáneas. Barcelona: Ariel, 2009. P. 37-62.
CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Tradu. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: J. Zahar Editor, c2003.
______. A sociedade em rede. 11 ed. Trad. Roneide Venancio Majer. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
CHARADEAU, Patrick. Informação, emoção e imaginários a propósito do 11 de setembro de 2001. In: DAYAN, Daniel. O terror espetáculo: terrorismo e televisão. Lisboa: Edições 70, 2009. p. 71-86.
CHOMSKY, Noam. Piratas & imperadores, antigos e modernos: o terrorismo internacional no mundo real. Trad. Milton Chaves de Almeida. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
COCKBURN, Patrick. A origem do Estado Islâmico: o fracasso da “guerra ao terror” e a ascensão jihadista. Trad. Antonio Martins. São Paulo: Autonomia Literária, 2015.
CRETELLA NETO, José. Em busca da definição que o mundo hesita elaborar: Terrorismo internacional. In: BEDIN, Gilmar Antonio et al (org.). Estado de direito, jurisdição universal e terrorismo: levando o direito internacional a sério. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009. p. 123-221
______. Terrorismo internacional: inimigo sem rosto – combatente sem pátria. Campinas: Millennium, 2008.
DE FAZIO, Marcia Cristina Puydinger. A sociedade civil global e a rede. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2012.
DIEZ DE VELASCO, Manuel. Las organizaciones internacionales. 10. ed. Madrid: Tecnos, 1997.
DUARTE, João Paulo. Terrorismo: caos, controle e segurança. São Paulo: Desatino, 2014.
FERNÁNDEZ, Luciana Moretti. Hiperterrorismo e mídia: o terrorismo no processo de comunicação política. 2005. 225 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Comunicação) - ECA/USP, São Paulo, 2005.
FOUCAULT, Michel. Power and Knowledge: selected interviews and other writings 1972-1977. Edited by Colin Gordon. Transl. by Colin Gordon et al. New York: Pantheon, 1980.
GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges Rio de Janeiro: Record, 2007.
GUELL PERIS, Sonia. El papel de las ONG, ETN y EMSP em la resolución de crisis relacionadas com seguridad internacional: uma perspectiva desde el derecho internacional. In: Los actores no estatales y laseguridad internacional: su papel em la resolución de conflictos y crisis. Madrid: Ministério de Defensa; Grupo de Trabajo 6/09, 2010. P. 23-74 (Cuadernos de Estrategia 147).
HAUGAARD, Mark. The constitution of power: a theoretical analysis of power, knowledge and structure. Manchester: Manchester University Press, 1997.
HEREDIA, J.M. Sobrino. La determinación de la personalid jurídica de las organizaciones internacionales no gubernamentales: contribución del Consejo de Europa. Revista Española de Derecho Internacional, n. 1, 1990.
HOBBES, Thomas. Leviathan: or the matter, form and power of a commonwealth ecclesiasticall and civil. Ed. with an introduction by Michael Oakeshott. Oxford: Basil Blackwell, 1957.
HOBSBAWM, E. J. Globalização, democracia e terrorismo. Trad. José Viegas. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1997.
MERLE, Marcel. Sociologia das relações internacionais. Trad. Ivone Jean. Brasília: UNB, 1991.
MEYER, Roberto Hering. Organizações internacionais de natureza terrorista: um estudo do terrorismo islâmico moderno. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org). Organizações internacionais e seus dilemas formais e informais. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2012. p. 353-401.
MORIN, Edgar. Debate com Edgar Morin. In: MORIN, Edgar; BAUDRILLARD, Jean. A violência do mundo. Trad. Ana Paula de Viveiros. Lisboa: Piaget, 2007.
OLIVEIRA, Odete Maria de. Relações internacionais: estudos de introdução. 2. ed. rev. e atual. Curitiba, PR: Juruá, 2004a.
______; DA SILVA, Andréia Rosenir. Gênero como possível ator das relações internacionais. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org.). Relação internacionais: a questão do gênero. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2011. v. 1. p. 23-81.
_______. Relações internacionais, direito e os atores não estatais: delineamentos de fundamentação. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org.). Relações internacionais, direito e poder. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2014. v. 1. p. 33-131.
______O protagonismo dos atores não estatais pacíficos e violentos: a revolução da rede de redes. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org.). Relações internacionais, direito e poder. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2016. v. 3. p 39-85.
OLSSON, Giovanni. O poder político no espaço global: O protagonismo dos atores estatais e não estatais. In: OLIVEIRA, Odete Maria de Oliveira (org.). Relações internacionais, direito e poder – cenários e protagonismos dos atores não estatais. v. I, Ijuí: ed. Unijuí, 2014. p. 133-177.
PAPISCA, Antonio. Introduzione allo Studio del le Relazioni Internazionali. Torino:
Giappichelli Editore, 1973.
PITKIN, Hanna Fenichel. Wittgenstein and Justice: on the significance of Ludwig Wittgenstein for social and political thought. Berkeley: University of California Press, 1972.
REYNALDO, Renata Guimarães. Impactos dos movimentos sociais como atores não estatais e seu processo de transnacionalização. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Org.). Relações internacionais, direito e poder. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2014.v. 1. p. 365-423.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 24. ed. Rio de Janeiro: Record, 2015.
TAYLOR, Philip. Non-state actor in internacional politics: from transregional to substate organizations. Boulder: Westview Press, 1984.
THOMPSON, John B.; Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. 4. ed. Trad. Grupo de Estudos sobre Ideologia, Comunicação e Representações Sociais da Pós-graduação do Instituto de Psicologia da PUCRS. Petrópolis: Vozes, 2000.
VIEIRA, Carlos Alberto Adi. A face oculta da globalização: o trabalho mundial das ONGs. In: OLIVEIRA, Odete Maria de (Coord.). Relações internacionais e globalização: grandes desafios. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 1999. p. 151-174.
WENDZEL, Robert L. Relações internacionais: o enfoque do formulador de políticas. Trad. João de Oliveira Dantas, Julio Galvez e Panteão Soraes de Barros. Brasília: UNB, 1985.
WILLIAMS, Anne; HEAD, Vivian. Ataques terroristas: a face oculta da vulnerabilidade. Trad. Débora da Silva Guimarães Isidoro. São Paulo: Larousse do Brasil, 2010.